Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças!
Domingo, 27 de Fevereiro de 2005
As marcas
Nos tempos que vão correndo, é habitual ver pessoas usando roupas ou outros objectos com a marca bem visível. Ou com publicidade a certos produtos ou serviços. Em muitos casos, isso é feito para exibir um certo"status" social (quantas vezes só aparente).
Na esmagadora maioria dos casos, essa publicidade que as pessoas fazem, normalmente sem terem consciência que o estão a fazer, não é paga. Antes pelo contrário, paga-se mais caro por produtos aos quais se faz publicidade gratuita. Ou será que o "status" que hipoteticamente o uso dessa marca confere compensa o preço superior que por ela se paga?
Eu, cá por mim, procuro não fazer publicidade gratuita. Que se lixe o "status"!
Por isso aqui não refiro nem uma marca!
Mas se procurar bem, talvez encontre alguma propaganda nas coisas que uso.
Mas é involuntário.
Juro!


publicado por António às 17:50
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Sábado, 26 de Fevereiro de 2005
A voz
Uma das coisas mais belas que um ser humano pode ter é a voz.
Lembremo-nos que todos os grandes actores sobressaem, embora muitas vezes não se dê por isso, pelo timbre da voz.
E qual o efeito de uma bela voz ao telefone?
Além de ser agradável, pode ser muito apelativa, encantadora, sedutora!
E na rádio?
Quantas pessoas não se deixaram apaixonar por uma oralidade bem colocada, com as pausas nos sítios certos?
E uma bonita voz a cantar?
(Às vezes pode não ser muito bonita, mas ter um não sei quê que nos toca, que nos perturba, que nos cativa, que nos faz sonhar).
E os murmúrios de carinho, de ternura, de paixão, de êxtase?
E aquelas sonoridades de excitação libidinosa? Ai, minha mãezinha!!!!
E o que disse aplica-se a vozes masculinas ou femininas, com intensidade mais forte ou mais branda, com uma frequência mais grave ou mais aguda, com um sotaque mais ou menos acentuado, a falar um idioma conhecido e compreensível ou totalmente ignorado.
Pensem nas vossas experiências e digam se tenho ou não razão.

Mas...há sempre um mas...quando as vozes são, pelo contrário, desagradáveis, com um timbre ou uma frequência irritante, com um sotaque aterrador, com espasmos asmáticos ou rouquidões repelentes e anasalamentos doentios.
E quando começam a cantar com uma voz desafinada, atingindo o cúmulo quando ouvimos aquele timbre de cana rachada que nos faz querer fugir a sete pés?
E quando os tais sons libidinosos são substituídos por arfares de asfixia? Por assobios vindos da traqueia?
E quando essas vozes não se calam, quando martelam intensa e sadicamente os nossos ouvidinhos, quando queremos fugir e não podemos?

Acho que devia haver cursos de formação para melhorar a voz, como há exercícios e dietas para melhorar o corpo, trabalho mental para modelar as capacidades intelectuais, medicamentos para matar as doenças e fazer renascer a saúde.

Há pessoas que melhor estariam se fossem mudas.
E muitos de nós bem gostaríamos de ser surdos em muitas ocasiões.

Se tiverem uma voz feia e desagradável, façam o favor de teclarem no MSN ou no Yahoo, ou mandarem cartas ou faxes (parece que o telex já morreu) em vez de telefonarem.
Façam como eu: nunca canto em sítio onde possa ser ouvido. Só no duche! E, mesmo assim, a própria água foge pelo ralo abaixo, rápida e queixosa. Nunca ouviram a água a queixar-se? É porque cantam bem!


publicado por António às 17:45
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Sexta-feira, 25 de Fevereiro de 2005
1ª carta de S. Paulo aos coríntios
Não é minha intenção fazer aqui a transcrição de textos.
Uma vez por outra, no entanto, poderei fazê-lo.
Eis o primeiro caso:
Um excerto da Bíblia Sagrada, editada pela Verbo em 1982 e comemorativa da visita do Papa João Paulo II a Portugal; um pequeno naco da 1ª carta de S. Paulo aos coríntios.
Não comento, pelo menos por agora.
Espero os vossos comentários.
(e espero que ninguém fique zangado comigo...)

"...Mas quero que o saibais: a cabeça de todo o homem é Cristo, a cabeça da mulher é o homem e a cabeça de Cristo é Deus. Todo o homem que reza ou profetiza tendo a cabeça coberta, desonra a própria cabeça. E toda a mulher que reza ou profetiza, com a cabeça descoberta, desonra a própria cabeça, porque é como se estivesse rapada. Se uma mulher não se cobrir, corte também os cabelos. E se é vergonha para a mulher ter os cabelos rapados, então que se cubra. O homem não deve cobrir a cabeça, porque é imagem e glória de Deus; a mulher, porém, é glória do homem. O homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem; nem o homem foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem...."

Quem quiser ler mais que compre a Bíblia ou vá à biblioteca municipal.
E por aqui me fico, como prometi.
Devo dizer que não professo qualquer religião, nem sequer sou agnóstico. Não sou crente. Sou ateu.


publicado por António às 17:39
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Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2005
O meu pai
Hoje é um daqueles dias em que o passado nos vem à cabeça. As memórias estão adormecidas no subconsciente mas há coisas que as fazem acordar e voltar a ser presente.
No dia 23 de Fevereiro de 1917, já lá vão 88 anos, nascia no Porto um bebé a quem deram o nome de Fernando.
Quasi 33 anos depois, esse senhor seria pai pela primeira vez (que eu saiba...).
E quem é hoje o rebento do Sr. Fernando?
Eu, pois claro!
Falecido em 1993, nunca chegou a saber de muitas das maluqueiras que o filho fez ao longo da vida. Sempre lhas escondi. Sempre temi o seu juízo severo. Ainda bem! Acharia que não fora para isso que me educara, como costumava dizer em tom de censura.
Os filhos raramente são aquilo que os pais ambicionaram e esperavam que eles fossem. Eu não fui, nem sou, excepção.
Mas hoje não me apetece escrever. Prefiro antes pensar. Recordar. Sozinho.
Hoje estou mais virado para rever flashes da vida desse homem querido que me gerou e me ensinou o significado de palavras como honra, dignidade e honestidade.
Slides da nossa vida em conjunto, da família, dos carinhos, das chapadas, dos conselhos incessantes, das tiradas filosóficas, das manias e loucuras (eu tinha de sair a alguém, não é verdade?), da dificuldade em me ver como um adulto...eu, o seu filhinho.
Imagens gravadas a fogo da sua morte dolorosa. E o profundo vazio que deixou dentro de mim. Para sempre.
Mas enquanto eu for vivo, ele também o será! Depois, não sei...talvez morra comigo. Definitivamente.
Desculpem, mas vou fechar isto. Estou a chorar e não quero que ninguém veja.
Boa noite!


publicado por António às 22:47
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Terça-feira, 22 de Fevereiro de 2005
Insanismo
Os três primeiros textos deste Blog: "Caminhada", "No trabalho" e "Futebol", bem como o anterior "A chuva voltou", inserem-se num estilo literário que se calhar já existe há muito mas que eu não conheço. Portanto, e até prova em contrário, vou-me arvorar em seu criador e como tal o baptizei com o nome óbvio de Insanismo.
De fácil compreensão pelos leitores, mesmo os menos dotados de massa cinzenta e com menos instrução é, portanto, um estilo que está fadado para o êxito, havendo já alguns produtores de cinema e TV que pretendem fazer obras baseadas nestes textos. Também me foi dirigido um convite para escrever uma novela a ser apresentada no horário nobre quer pela TVI em Portugal, quer pela Globo no Brasil. Puseram-me contudo a condição de essa obra ter a duração de seis anos, no máximo, o que eu considero ser tempo insuficiente para poder mostrar ao grande público a qualidade do meu trabalho.
Espero que, os poucos que ainda não aderiram a este modo de comunicar, o façam rapidamente pois podem ter de passar a ver outros programas e acabar com o velho e saudável hábito de ver telenovelas.

Nota: Para ser chato, não vou escrever sempre neste estilo. Eu sei que não é esse o vosso desejo, mas é o meu. Pronto!


publicado por António às 23:59
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A chuva voltou
A chuva voltou, seca e quente como a aragem do secador de cabelo que se usa para limpar o pó negro de cocaína pura das plantações de Andorra que no inverno torra os turistas que vão fazer turismo sexual na curta e interminável planície dos Andes e onde as lamas são o resíduo sólido da depuração de esgotos límpidos e cristalinos que nascem nas folhas das árvores do Sahara onde elefantes de 6 patas treinam para jogar râguebi com um stick rectilíneo e bola redonda como um cubo de gelo gasoso que cai do céu como a lava do esguicho que rega o cimento de tijolo do meu jardim de flores na lapela do casaco sem mangas que nascem nos coqueiros das avenidas do centro de Paris aldeia escura e sem luz dos confins da Mongólia onde nasce o Amazonas, pequeno regato donde cai a chuva que hoje voltou.


publicado por António às 22:38
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Sexta-feira, 18 de Fevereiro de 2005
Buraco na peúga
Eu sei que uma das coisas que mais aborrece as mulheres são as malhas fugidas nas meias, os famosos foguetes.
Agora parece que já não acontece tanto assim, não sei porquê, mas tem seguramente a ver com o material e o tipo de ponto com que são fabricadas (se alguém me quiser esclarecer, agradeço).
Mas não posso deixar de relembrar a minha mãe: toda arranjada, preparada para sair, meia de seda impecável, uma última olhadela para ver se as luzes estavam apagadas, enfim, se tudo estava em ordem e....
- Ó mamã! Tens um foguete numa meia!
E lá ía ela mudar as meias e rezando a lenga-lenga do costume:
- Acontece isto sempre que vou sair! Já me vou atrasar!
Estavam à espera que saísse português vernáculo? Não senhor! Apesar de nortenha, daquela boquinha não saía uma palavra malcriada. Nada! Aliás o filho saiu à mãe: Não sou homem para dizer caralhadas! Foda-se! Era lá capaz de falar como um carroceiro!
Mas agora vem o ponto!
Pensavam que eu ía dizer:
Mulher sofre! ou Coitadas!
Nada disso.
O que eu venho aqui afirmar é que os homens tem o mesmo problema.
Bom...não é exactamente o mesmo. É mais o tipo "buraco na peúga". Coisa que se pode esconder dentro do sapato mas, para um cavalheiro como eu, não é aceitável, por princípio.
E o raio do buraquinho aparece junto da unha do dedão! Portanto, dirão vocês:
- Corta bem as unhas!
Mas eu sempre as cortava bem cortadinhas, com um eficaz alicate de aço inox.
Até que resolvi estudar o problema e arranjar uma solução!
A coisa não podia continuar, porque um dia qualquer a mulher iria dizer:
- Ou deixas de fazer tanto buraco ou passas tu a coser as peúgas!
Vejam bem a humilhação: coser peúgas!
Meu dito, meu feito! (melhor: Meu pensado! Meu feito!)
Usando as celulazinhas cinzentas como tantas vezes lera que o Sr. Poirot fazia, matutei, matutei e lá se fez luz no meu espírito.
A causa do aparecimento dos buracos era a aresta viva que ficava na unha depois do corte.
Vai daí comprei uma lima e, depois de usar o objecto trincha-unhas, passei a limar cuidadosamente as arestas.
Remédio santo!
E, orgulhoso da minha inteligência (cuja melhor definição que conheço é: "a capacidade de resolver problemas"), aqui estou a tornar pública tal descoberta e assim contribuir para que os homens (e as mulheres, porque não?) saibam como solucionar este problema...se o tiverem.
Se já sabiam, bem podiam ter já mandado a informação por e-mail para se espalhar pelo país todo e ainda no Brasil e nos Palops, carago!


publicado por António às 22:35
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Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2005
Vou comer ácaros!
Pois é verdade!
Já há uns tempos que andava com uns problemazitos de corrimento nasal e de espirros...atchim!
Nada de grave mas, sendo uma coisa incomodativa, achava que me prejudicava a qualidade de vida. E como isso é coisa que me chateia...pronto! Lá fui consultar uma médica especialista em alergologia.
Depois de exames e testes (as coisas do costume), lá me receitou dois sprays que deram bom resultado. Mas como isso não funcionava como tratamento mas só como paliativo, propôs-me um ataque às causas da alergia (afinal acertei em ir a uma médica desta especialidade).

E aqui é que surge o mais giro. Tendo constatado que a causa da alergia são os ácaros que se desenvolvem na própria casa (já estão a pensar que a minha casa é como uma pocilga...que chatos!) sugeriu-me uma vacinação muito curiosa: Durante 3 anos, tomar diariamente uma vacina ministrada oralmente sob a forma de gotas.
E que contém as gotas? Ácaros!
ah ah ah
Vou comer ácaros. Todos os dias. Durante 3 anos.
Será que não fazem engordar?
Não estarei enjoado ao fim de algum tempo? Tenho de lhe perguntar se é possível prepará-los de várias maneiras (já não digo 100 como o bacalhau mas...meia dúzia pelo menos).
E os beijos? Não irei produzir o milagre da multiplicação dos ácaros? Cuidado meninas e senhoras. Afastem-se de mim! Posso ser um perigoso agente transmissor.
E sexo oral...eh eh eh
Bom!
Prometo que, de vez em quando, vos darei conta de como vão correndo as minhas tainadas acarídeas.
Pode ser que a moda pegue e qualquer dia, como já os há para os pratos bizarros que são sobretudo inspirados na cozinha oriental, haja restaurantes especializados nestes simpáticos micróbios. Se calhar é um bom negócio para eu me dedicar quando me reformar.
E agora façam o favor de me desejar bom apetite e as melhoras...eh eh eh


publicado por António às 23:56
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Sábado, 12 de Fevereiro de 2005
Normal vs anormal
Há muito poucos dias, alguém me perguntava qual a barreira que separava uma pessoa do normal ou do anormal.
Seria uma ténue separação, esbatida, mal definida, um risco de giz, uma "dead line", um murete de tijolo, um enrolamento de arame farpado, uma parede de betão, ou a muralha da China?
Estive a estudar profundamente o assunto, meditei, e cheguei a esta lógica conclusão:
A questão não se põe entre normal e anormal! A questão é que há uma escala de loucura, de 0 a 100, e mesmo uma só pessoa pode ter comportamentos de diferentes valores dentro da escala. Interessa a média, que é calculada em laboratórios especializados, de forma científica e complexa. Está convencionado internacionalmente (ver resolução nº 23 / 2002 do Conselho Psicológico e Psiquiátrico da OMS) que um indivíduo se pode considerar anormal a partir de um nível médio comportamental de 50. E normal daí para baixo.
Portanto, meus amigos, embora não tenha sido avaliado, penso que estarei entre os 70 e os 80! Algumas vezes estarei quasi, quasi nos 100...outras, virei mais para baixo.
Agora devo estar com uns 85 / 95...ah ah ah
E vocês? Qual pensam ser o vosso nível médio?
Digam-me, para eu fazer também um julgamento da vossa capacidade autocrítica.


publicado por António às 23:52
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Sexta-feira, 11 de Fevereiro de 2005
As feiras
Após alguma reflexão, acho que percebi porque os chamados dias úteis da semana são uma chatice.
Pois não são eles: 2ª feira, 3ª feira, 4ª feira, 5ª feira e 6ª feira?
Não acham que é feira a mais?
Até o famoso Paulinho das feiras parece já se ter chateado delas.
Não admira, portanto, que o sábado e o domingo sejam dias muito mais interessantes:
Não há feira, quando muito um mini ou um hipermercado (pelo menos para mim).
E ao fim de tantos anos de vida e de ter frequentado tanta feira, já é altura de dizer:
Abaixo com as feiras!
Acabem com as freiras! (as freiras? tadinhas...elas não são para aqui chamadas)
Viva o fim-de-semana (sem feiras)!


publicado por António às 23:47
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Quarta-feira, 9 de Fevereiro de 2005
Humanos ou batráquios?
"Um pouco de loucura não faz mal a ninguém!..." – comentou-me um velho colega e amigo.
Não, meu caro! Permito-me discordar.
Um pouco de loucura todos tem. Mesmo os mais atiladinhos e ajuizados.
Para se ser verdadeiramente humano. Para se poder integrar a humanidade em pleno. Para ser um verdadeiro terráqueo, é preciso muito mais. Uma dose reforçada de loucura.
Então a humanidade não é louca?
Então os mais ilustres humanos não são loucos?
O que notabilizou os conquistadores romanos? E os hunos? E os espanhóis? E a inquisição? E os alemães nazis? E por aí fora?
E pensemos no Sócrates (o grego, não o português, embora também seja preciso ser muito louco para querer governar Portugal, agora), no Van Gogh, no Dali, no Nero, no Staline, no Hitler, no Sadham, no G. W. Bush.
E os exemplos poderiam multiplicar-se. Ser elevados à enésima potência.
Não, meu caro!
Para bem compreender a humanidade e os seus mais famosos espécimes, é preciso ser muito, muito louco!
E quem não concordar que venha contrariar-me. Vá! Estão com medo? Acreditam no provérbio que diz: "Com malucos nem para o céu?". Então são humanos ou batráquios?


publicado por António às 23:42
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Terça-feira, 8 de Fevereiro de 2005
Falta de inspiração
Gostaria de escrever aqui alguma coisa de jeito, mas estou completamente desinspirado.
Será porque após quatro dias de boa vida amanhã tenho que voltar à labuta? Talvez! E ainda por cima continua a dor na anca...
Mas será mesmo essa a razão da falta de inspiração?
Será a perspectiva do retorno a uma merda de um trabalho que já não me motiva? Que me retém enclausurado mais de 9 horas consecutivas? Que poucos momentos de prazer profissional me dá?
Ou será o João Pestana que se chega a mim e, sorrateiramente, me entorpece a mente? O malandro é como o nevoeiro da morte que, silenciosamente, matou os primogénitos do Egipto, salvando-se os hebreus por terem marcado as suas casas com sangue de cordeiro.
Francamente, a minha opinião evoluiu rapidamente para a 2ª hipótese.
Mas sendo assim, o remédio é eficaz. Uma boa soneca!
Só que amanhã, por esta hora, lá vem o João novamente.
Então quando terei eu inspiração?
Acho que vou voltar aos textos non-sense. Assim toda a gente pensa que escrevo umas coisas do caraças só que de difícil interpretação.
E eu saio desta como o Bergman dos seus filmes! Aos ombros!
Viva o non-sense salvador!


publicado por António às 02:36
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Dores
Hoje estou com uma dor na anca.
Um horror! Sinto-me limitado, velho, decadente.
Quando me levanto...ai
Quando me sento...ui
Mas isto não é justo:
Os homens não foram feitos para aguentar dores. Mesmo os homens-macho (como eu, aliás) não deveriam ter este tormento.
As dores deveriam ser só para as mulheres. Elas foram preparadas para as dores do parto e, concomitantemente, para todas as outras.
E depois gozam:
"És um paridinho!"
"És um mesquinhas!"
Atrás da dor física vem a, ainda mais dolorosa, dor psicológica, a ferida do ego, a maleita na auto-estima, a desagregação do amor-próprio.
Não!
Ó mestres da medicina: corrigi depressa este erro da natureza!


publicado por António às 00:31
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Segunda-feira, 7 de Fevereiro de 2005
Carnaval
Veneza, Rio, Nice, Ovar, cortejos, cabeçudos, gigantones, carros alegóricos, multidão, aperto, pais, irmã, caretas, bisnagas, peidinhos de mau cheiro (nas aulas também eh eh), irritação, castigo, escola, férias, amigos, bailes (nos blocos), Cine-Teatro S. João, Vale Formoso, engates, desengates, Candeia, putas, Barrigana, noitadas, samba, TV, mulatas, bundas, Brasil, memórias, passado, presente, sono, cama. Tudo isto e mais aquilo que não lembro é o meu Carnaval.


publicado por António às 20:28
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Agora é a vez da Introdução!
Os 3 textos que aparecem atrás, já haviam sido publicados no orkut.com.
Como me parecem dignos de ser classificados de insanes, fiz para aqui a sua transcrição.
Mas tenham calma!
Não vai ser tudo assim.
Ainda não pirei completamente, acho eu.
Ou será que sim?
Digam de vossa justiça!
Estou louco ou só a caminho?


publicado por António às 10:20
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Futebol
Sentado no colo da matrona que olhava o céu depois do ariete ter disparado para fora, apreciava a multidão silenciosa que ululava: Viva Staline! Viva Staline!
O árbitro, vestido de organdi cor-de-rosa, defendeu um remate a soco na cabeça do colega.
Continuei berrando em silêncio para dar ânimo ao relvado e este crescer com florzinhas de papel azul-bebé.
Perto do final, abri minhas asas e levei a matrona para o ginásio para comer mais uma feijoada dietética.
Finalmente, após entrar na nova casa, adormeci debaixo do colchão, pacatamente contando as baratas que brincavam comigo.


publicado por António às 05:00
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No trabalho
Sentado no tampo do chão, ouço concentrado o monitor da janela onde abana uma alga azul da terra saída. Manobro o cachorro e manipulo a gaveta da prateleira onde guardo o pão do jantar da semana anterior. Teclo os mamilos da colega que trabalha no andar superior e deixo-a pronta para dormir um despertar agitado. Masco um papel onde alguém apagou uma nota da 10ª ópera de Chopin, o carpinteiro mexicano que dorme desde o ano passado. E, cansado, levanto-me e corro a maratona de 54 volts até à cadeira de rodas quadradas.


publicado por António às 03:00
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Caminhada
Nadei com minha farda nazi, vermelha e branca, dentro da seara de bananas que foram bebidas pelo jovem embondeiro da 6ª avenida de Nairobi, na Argentina.


publicado por António às 01:00
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